22/08/2010

Conflito ambiental

«O sector das eólicas é uma aposta que veio para ficar», diz a ministra Pássaro, garantindo que Portugal está a recolher benefícios económicos, já que «neste momento está a exportar energia».
Nota: veja aqui os benefícios económicos da exportação da energia produzida pelo vento.

Claro que a ministra nem questiona os benefícios ambientais, nem se dá ao trabalho de os justificar, apresentando com naturalidade o propósito de duplicar o número de aerogeradores instalados. Por três razões: 1) Porque sim; 2) para «atingir os 31% de quota de energias renováveis até 2020»; 3) por causa daquela treta de «"reforçar a posição de Portugal como referência" no sector das energias renováveis».
Hélas, «os ambientalistas alertam que (...) "A partir de agora haverá um maior impacto sobre locais de valor natural elevado"». No fundo, "os ambientalistas" esperam que passe a febre das eólicas - «"A Quercus espera que esta quota nunca seja atingida para não se prejudicar as áreas protegidas em Portugal"».
Depois de se terem mostrado «escandalizadas com esta campanha que claramente tenta branquear os inúmeros impactes ambientais fortemente negativos e irreversíveis associados à construção das barragens», as organizações ambientalistas reconhecem (agora?) «o impacto dos equipamentos [de produção de energias ditas renováveis] no meio ambiente». De vez em quando, a dissonância cognitiva emerge no seu discurso oficial... afinal, que planeta vamos nós "salvar" se, para reduzir a emissão de um gás natural, tivermos de aniquilar vastas áreas naturais e rurais?

Nota 1: Mantém-se a actualidade das perguntas que fiz num post de Abril de 2009

Nota 2: Já que o interior de Portugal é para queimar, uma campanha de substituição de Ensino por Energia talvez não fose descabida. Por cada escola encerrada, instala-se um aerogerador. Os municípios que encerrem todas as EB's fora da sede de concelho, terão direito a uma barragem. Será esta a nova estratégia de defesa do território. As albufeiras não ardem e o «dispositivo» de combate a incêndios dá prioridade à defesa dos aerogeradores...

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