27/11/2011

As minhas escolhas

A Chama Imensa

Tinta da China, 2010, 14,30€

Só eles sabem porque não ficaram em casa. Talvez procurem uma Chama Imensa, mas, incapazes de senti-la interiormente, precisam de fazê-la no exterior. O Inferno é o local indicado.

22/11/2011

Fly Emirates

Foto H4K
A estratégia de fazer incidir especialmente sobre os trabalhadores mais qualificados o pagamento dos robalos e alheiras tem riscos associados ao limite de "solidariedade" que os ditos estão dispostos a suportar. É certo que esses trabalhadores, como a generalidade dos seus concidadãos, criaram um contexto de vida que lhes dificulta a mobilidade, mas o reiterado sacrifício fiscal a que estão sujeitos pode ser o incentivo que faltava...
Hoje, como há 50 anos, emigram os que podem ser mais produtivos, os que querem trabalhar mais do que a média. A diferença relativamente a esse período, é que agora são os mais qualificados que têm mais incentivos para fugir daqui. Como diz este texto de Carlos Guimarães Pinto, eles não se importam de trocar o Estado Social pelo valor dos seus impostos. É verdade, são egoístas, mas a solidariedade tem limites.

18/11/2011

Como se constrói a mediocridade - II

Novo texto do Jacarandá, desta vez centrado no empobrecimento da instituição universitária:
  1. «O ensino universitário criou todas as ilusões. Ou delas sofreu. A ilusão igualitária foi uma delas. [...] A selecção e o mérito foram moralmente condenados e politicamente denunciados. A ilusão profissional foi outra. [...] A empregabilidade transformou-se num dos principais critérios de avaliação. A especialização profissional foi desejada e cultivada. Inventaram-se títulos, áreas, diplomas e cursos sem critério nem sensatez, sempre à procura de saídas profissionais de oportunidade duvidosa e expediente fácil. A missão científica da universidade, a permanente procura da verdade e a incansável tentativa de compreender e explicar, foi secundarizada.»
  2. «A cultura geral e a erudição, que deveriam estar presentes em todas as disciplinas, ganharam os tristes estatutos de inutilidade socialmente condenável ou de variante facultativa. As aspirações, certamente nobres e legítimas, à democratização, ao igualitarismo e à vocação profissional consideraram a cultura dispensável. Erro histórico!»

14/11/2011

Como se constrói a mediocridade

  1. «Os Portugueses, por séculos de pobreza, de analfabetismo e desigualdade, tiveram reduzido acesso à cultura. Hoje, as escolas, por obsessão profissional, desdenham a cultura, abandonam as artes e marginalizam a erudição.»
  2. «Um dos obstáculos ao desenvolvimento sempre foi esta atávica vontade de conter a propriedade, de dominar o investimento e de condenar as actividades lucrativas. Em dois séculos, perdeu-se propriedade e investimento, por actos de pura cupidez política ou pessoal.»
De um texto de António Barreto, que pode ser lido na íntegra no Jacarandá.

13/11/2011

O bebé e a água do banho

Caro Álvaro,
Espero que relembre aos seus colegas do Conselho de Ministros o que escreveu em 2010: «esta desvantagem do nosso capital humano, mais do que qualquer grande obra pública, será uma das verdadeiras determinantes da nossa competitividade e do nosso sucesso no futuro». Mostre-lhes este gráfico que publicou em diversos sítios e diga-lhes que têm agora uma oportunidade de se demarcarem de uma política de investimentos de fachada na educação e de encararem o co-financiamento do ensino superior público como um verdadeiro investimento, i.e. com retorno positivo para o Estado. Nas actuais circunstâncias, não serão apenas os professores universitários realmente bons, como você, a emigrar - serão muitos professores a agravar a fuga de cérebros que você aqui ilustrou.

12/11/2011

Pedimos desculpa pela interrupção

O aumento da minha carga de trabalho tem sido mais do que proporcional à diminuição do poder de compra. Ao contrário da RTP, assumo as responsabilidades por esta interrupção e prometo voltar às postagens mesmo sem estarem resolvidos os problemas de ordem técnica.